terça-feira, 31 de março de 2009

Ponto de Táxi.

Ela estava voltando pra casa
e de longe viu alguém no ponto
de táxi... Isso seria normal se não
fosse naquele ponto de táxi,
naquela rua,
naquele horário.
Ela sentiu uma leve aceleração no peito,
seus pés andaram mais rápidos
e quando seu cérebro realmente
acreditou na possibilidade de ser
aquele alguém, ela respirou fundo,
desacelerou o passo, respirou fundo de novo,
se recompôs
e forçou os olhos para ver quem estava ali,
sua miopia já tinha lhe pregado inúmeras peças.
Dessa vez não foi diferente.
Era só uma pessoa comum,
sentada em um lugar (nada) comum.
O coração ficou apertado,
a respiração falhou e o ar acabou nos pulmões.
Ela sentiu novamente seus olhos enchendo de água,
deixando sua visão embaçada,
mas trincou os dentes
e jurou que nunca mais ia chorar de novo.
Não por isso. Afinal de contas,
foi enterrado ontem.
Fica em paz.

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