terça-feira, 14 de setembro de 2010

relationship.






Há algum tempo uma coisa me incomodou profundamente, mas eu não tinha embasamento literal para explicar de forma que me fizesse entender, talvez ainda hoje não o tenha, mas como escrevendo tudo sempre fica mais fácil e claro talvez dessa vez eu consiga.
Estou extremamente cansada de algumas atitudes que venho presenciando partindo de pessoas muito próximas que têm medo de se envolver em qualquer tipo de relação humana que demande certo tipo de intimidade, dedicação ou ultrapasse qualquer barreira que possa de alguma forma deixar essa pessoa acessível o bastante a ponto dela ser ferida de alguma maneira, de ser decepcionada ou sair magoada.
Li em um formspring a seguinte situação: uma garota perguntou quais características eram necessárias para chegar ao coração de um menino, ele não pensou muito [deduzo pela frieza com que o fez] e sem responder a questão desejou sorte a quem tentasse a conquista porque o coração dele estava enterrado e bem fundo.
Como pode um ser humano enterrar o seu coração?
Sabe o que me parece?
Medo.
O simples e infantil medo que faz com que as crianças se escondam embaixo do edredon quando escutam um barulho estranho na janela do quarto.
Quando desejamos melhorar, crescer em qualquer área da nossa vida, estudamos, lemos livros, nos dedicamos ao assunto, seja um curso, uma atividade física, uma viagem... Quando eu resolvi começar a praticar esportes procurei uma modalidade entre os times da faculdade que mais me agradavam e apesar de ter 1.64 de altura fui parar no time de basquete, além de ser baixinha, haviam outros obstáculos como o fato de não conhecer todas as regras, não ter preparo físico, os horários de treino eram os mesmos das aulas, mas querer estar no time demandava dedicação, estudo, como em qualquer outra coisa na minha vida era algo que se eu desejava fazer dar certo e não poderia ser de qualquer jeito, deixando o destino resolver, acho que não estou me fazendo entender, o ponto é, porque que em todas as áreas da nossa vida temos controle e quando se trata de sentimentos ou ignoramos enterrando o nosso coração por algum trauma ou coisa mal resolvida ou simplesmente deixamos que a vida se encarregue, “se tiver de ser será”, bem, pensei muuuuuuuito nos últimos dias a esse respeito e por incrível que possa parecer, eu era uma dessas pessoas, achava que cuidar do jardim era o segredo do sucesso para atrair as borboletas, mas percebi que não é assim que a banda toca, uma relação entre seres humanos, seja de amizade, coleguismo ou mesmo sentimental, demanda tanto ou até mais esforço que qualquer outra área da minha vida, assim como eu tive que me dedicar ao basquete no começo, deve ocorrer no relacionamento para que, além de ser duradouro, no final não aja decepção.
O ser humano é falho, mas como pode passarmos três anos dizendo que amamos uma pessoa e depois disso não conseguirmos ter uma conversa adulta com ela, sem que alguém saia realmente magoado?
Como pode vocês terem sido amigos de infância e hoje não ligarem nem no aniversário porque guardam uma feridinha do passado?
Relacionamento é algo que não deve ser baseado em sentimentos ou acontecimentos momentâneos/passageiros, deve ser algo construido ali no dia-a-dia, como pode você dizer que o ama sendo que se conhecem há um mês? Isso é paixão, que segundo os especialistas dura no máximo dois anos, se bem que na maioria dos casos dura bem menos, depois disso o que fica é o amor, o respeito que foi construido pedrinha por pedrinha e que vai garantir aquela amizade de 50 anos, aquele casamento de 80 anos, com netos e bisnetos e todo mundo feliz sorrindo na foto, não estou dizendo que entre essas pessoas não há discórdias, brigas no almoço, mal humor matinal, não existem contos de fadas, a discussão aqui gira em torno dos relacionamentos efêmeros, que duram menos que o necessário para as pessoas realmente se conhecerem, lembra a última pessoa que você disse que amava? Qual o perfume que ela usa? E a cor favorita? O que vocês fizeram juntos no natal?
Estou falando de relacionamento, essa coisa tão maravilhosa que acontece quando não temos medo de nos machucar e não falo isso sem conhecimento de causa, já quebrei a cara mais do que posso me lembrar e na maioria das vezes foi ou por não me atentar as necessidades da outra pessoa ou simplesmente por ter expectativas demais em um relacionamento que tinha por base única e exclusivamente fazer com que ambas as partes saissem satisfeitas e não que um se anulasse para o bem maior do outro.
Para que os nossos relacionamentos sejam bem sucedidos o primeiro passo deve ser sempre nosso, desejar que ele o seja e nos esforçar, fazer o dever de casa, conhecer a necessidade do par e ver se corresponde com aquilo que você pode suprir para que ambos cresçam juntos e não tenham que apenas se aturar, porque quando o encanto acabar e a realidade vir a tona ninguém sai machucado ou com vontade de enterrar o pobre coração.
Não é fácil, no basquete também não foi, mas nem por isso desisti, joguei dois JUCAs (Jogos Universitários de Comunicação e Artes), uma Copa Paulista, vários amistosos, até quebrei o pé em um JUCA, mas o segredo do sucesso é não trazer os traumas dos antigos relacionamentos para os novos, traga apenas os aprendizados, o resto é na prática que se resolve ;)

Esse princípio também vale para o nosso relacionamento com Deus, mas isso é assunto pra um outro post.
Boa semaninhaaa!
=*

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