Troquei meus telefones, e-mail, troquei até os caminhos que faço todos os dias para ter a certeza que jamais encontraria você em algum deles.
Todos os esforços foram aplicados a fim de que se cumprisse o plano de eliminá-lo completamente da minha vida, para quem sabe assim, sem pistas e sem lembranças pudesse também eliminar você do meu passado, fingindo que nunca te conheci.
Não pense que é pessoal porque eu não sou sua amiga, ou sua parenta, então, não, não é pessoal, apenas quero ter certeza que não me importo com uma pessoa que simplesmente nunca se importou comigo.
Se eu soubesse que todos os meus esforços seriam em vão e pior que o plano magnífico iria por água abaixo em um domingo de chuva eu teria poupado minhas forças.
Não contente em aprontar várias, o destino reservou dia e hora no calendário do Universo para que o nosso encontro fosse assim, como o nosso desencontro final, sem porque, nem pra que e com gosto de conflito, confusão... Ainda não defini o sentimento exato.
Eu acordo, olho o tempo lá fora e a chuva me faz ganhar - fácil - mais duas horas de sono, mas tenho que levantar um dia, já que mesmo sendo domingo, tenho que cumprir minhas obrigações como cidadã e contemplar a democracia com o meu voto (sic).
Por mim eu teria levantado e saído com o pijama mesmo, colocaria um tênis e estaria bem arrumada pra ocasião e pro tempo que não convidava a nada.
Levanto no impulso, tomo banho pra não dormir no caminho e me arrumo mais ou menos, pego minhas coisas, inclusive um celular pra falar com alguém que esteja disposto a me ajudar no plano de ficar acordada enquanto chego ao lugar onde meu título indicava que deveria votar...
Chegando lá lembro que aquele lugar pertence à rota proibida, porém eu não tinha outra escolha a não ser clamar a Deus para que o mundo não fosse tão pequeno e que eu não tivesse mais motivos para me arrepender de ter saído da cama. 5 minutos de conversa no telefone e acho que te vi de longe, assim, cinza como o tempo lá fora era a cor da blusa que você estava usando, até aí eu que sou míope de tudo, poderia estar enganada.
Sigo rumo à sala indicada e pra variar tinha fila (Brasil é uma desgraça nesse sentido)... Acredito que a sua figura se chegou tão próximo que imaginei ter sentido o seu perfume (15 pessoas envolvidas na cena e ainda tenho a coragem de escrever isso, adoro ser redatora, assim transformo tudo em cena de filme e “uso e abuso” das licenças poéticas... rs.).
Não sei o que houve, mas enquanto eu descrevia a cena para o ser que me ouvia do outro lado da linha, você sumiu...
O mocinho me chamou, votei e quando sai nem sinal de você. Olhei ainda nas salas seguintes, mas nadica de nada. Então como que por impulso, puro instinto de sobrevivência, sai literalmente correndo e sem olhar pra trás.
Quem esse tal de destino pensa que é pra colocar as pessoas em saias justas assim?!
Nem reação eu consigo esboçar.
Passaram-se 24horas e ainda não sei o que faria se você viesse falar comigo.
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